Um Papa da Esperança, no Ano da Fé, para que vivamos a Caridade – por Alexandre Borges de Magalhães

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Habemus Papam… Jorge Mario Card. Bergoglio, que adotou o nome de Francisco, em homenagem ao grande santo fundador dos franciscanos e reformador da Igreja. O primeiro Sumo Pontífice nascido em terras americanas, que receberam o Evangelho há mais de 500 anos. Território que se converteu nas últimas décadas, em expressão do Beato Juan Pablo II, em Continente da Esperança para a Igreja.

Temos, portanto, um Papa da Esperança, um fruto do “novo mundo” para a Igreja Universal e chamado a conduzir os passos do Povo de Deus durante os próximos tempos. O mundo que já tinha se surpreendido de como a Igreja está viva na despedida ao nosso grande Papa, agora emérito, Bento XVI, surpreendeu-se ainda mais com a simplicidade, humildade e carisma do Papa Francisco, que em menos de 24 horas de pontificado já tinha entrado na história pela sua humildade e pelo seu senso de humor aguçado. Entre seus primeiros gestos, pediu ao povo que rezasse por ele, se curvou diante de seu rebanho e só então o abençoou.

As primeiras histórias pós-Conclave narrando as anedotas do Papa Francisco, como a  de recusar a limusine papal e ir de ônibus com os outros cardeais, dizer “que Deus os perdoe” na hora do brinde do jantar festivo e pagar a conta de sua hospedagem durante a estada em Roma porque era “justo” fazê-lo, além das histórias que foram saindo à tona do seu tempo como Cardeal Arcebispo de Buenos Aires, como a sua mobilização diária em ônibus e metrô, as suas visitas a doentes e preocupação pelos mais necessitados e o seu zelo pastoral, pouco a pouco deram lugar a um ambiente de profunda esperança em nossa Igreja Católica.

Sabemos bem que a esperança deve estar sempre presente em nossas vidas, pois o Senhor está conosco em todos os momentos. Ele nos salvou, reconciliou com o Pai, morrendo e ressuscitando pela nossa salvação e abrindo para nós as portas da comunhão plena de amor com o Deus Altíssimo na eternidade. Mas sabemos também que às vezes a esperança pode ver-se nublada em nossas existências. Por isso, momentos de graça como o que estamos vivendo na Igreja atualmente nos renovam profundamente na esperança que colocamos nas promessas divinas. Esperança que vivemos em pleno Ano da Fé, convocado por Bento XVI e que está em plena vigência. Fé no Senhor Jesus, que deve ser permanentemente renovada, aprofundada e vivida, com nossas ações, nossa vida de oração, vida sacramental, nossos gestos e palavras. Fé também na Igreja de Cristo, semper reformanda, nossa Mãe e Mestra. Fé em Nossa Senhora, nossa guia e proteção continua.

Temos então um Papa do continente da esperança, enquanto vivemos o ano da fé, mas que por sua vez nos convida a viver mais radicalmente a caridade cristã. Ele afirmou em suas primeiras palavras que os senhores cardeais tinham ido buscar um Bispo de Roma no “fim do mundo”. Afirmou também que a Igreja de Roma preside a Igreja Universal na caridade. Ao conhecer melhor nos últimos dias a sua biografia, estamos constatando que a sua atenção e proximidade com as pessoas manifestam uma profunda caridade, muito humana e autenticamente pastoral.

A caridade deve ser o centro e o motor de nossas vidas. A Igreja deve ser sinal de amor em meio do mundo, começando pelos próprios discípulos do Senhor, que devemos amar-nos mutuamente como Cristo nos amou, para assim refletir a luz de Deus amor para os homens e as mulheres de nossos dias.

Sejamos muito agradecidos ao fecundo e valente pontificado de Bento XVI e rezemos muito pelo Papa Francisco, a quem teremos como visitante no Brasil em julho para a JMJ Rio 2013 e a quem alguns por aqui já chamam de “o argentino mais querido do Brasil”.

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