A SAGRADA FAMÍLIA: “Vivia submisso a eles”

1897

I. A PALAVRA DE DEUS

Eclo 3, 3-7. 14-17: «Como seu Senhor sirva aos que lhe geraram»

Deus quis honrar os pais pelos filhos,
e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles.

Aquele que honra seu pai alcança o perdão de seus pecados,
o que respeita sua mãe acumula tesouros;
o que honra seu pai receberá alegria de seus filhos
e, quando rezar, sua oração será escutada;
o que respeita seu pai terá vida longa,
o que honra sua mãe o Senhor o escuta.

Filho, cuida de teu pai na velhice
não o abandone enquanto viveres;
mesmo que sua inteligência se debilite, sê indulgente com ele,
não o despreze enquanto viveres.

A ajuda prestada ao pai não será esquecida,
será tida em conta para apagar teus pecados.

 

Sal 127, 1-5: «Ditosos os que temem o Senhor e seguem seus caminhos»

Ditoso o temente ao Senhor
que segue seus caminhos.
Comerás do fruto de teu trabalho,
serás ditoso, irás bem.

Tua mulher, será como parreira fecunda,
no meio de tua casa;
teus filhos, como brotos da oliveira,
ao redor de tua mesa.

Esta é a bênção do homem temente ao Senhor.
Que o Senhor te abençoe desde Sião,
que tu vejas a prosperidade de Jerusalém
todos os dias de tua vida.

 

Col 3, 12-21: «A vida de família vivida no Senhor»

Irmãos:

Como escolhidos de Deus, Santos e amados, revistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, doçura, compreensão.

Suportem-se mutuamente e perdoem-se, quando alguém tiver queixa contra o outro. O Senhor os perdoou: façam vocês o mesmo. Mas sobre tudo isto, revistam-se da caridade, que é o vínculo perfeito.

Que a paz de Cristo reine em seus corações; a ela foram convocados, para formar um só corpo. E sejam agradecidos. A palavra de Cristo habite em vocês com toda a sua riqueza; instruam-se uns aos outros com toda sabedoria; corrijam-se mutuamente.

Cantem a Deus, dêem-lhe graças de coração, com salmos, hinos e cânticos inspirados. E, tudo o que de palavra ou de obra realizem, seja tudo em nome do Senhor Jesus, dando graças a Deus Pai por meio dele.

Esposas, respeitem seus maridos, como crentes no Senhor. Maridos, amem suas esposas, e não sejam duros com elas.

Filhos, obedeçam a seus pais em tudo, pois isso agrada ao Senhor. Pais, não exasperem seus filhos, para que eles não desanimem.

 

Lc 2, 41-52: «Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?»

Os pais de Jesus estavam acostumados a ir cada ano a Jerusalém pelas festas da Páscoa.

Quando Jesus fez doze anos, subiram para celebrar a festa segundo o costume e, quando ela terminou, retornaram; mas o menino Jesus ficou em Jerusalém, sem que seus pais o notassem.

Estes, acreditando que estava na caravana, caminharam um dia inteiro e depois se puseram a procurá-lo entre os parentes e conhecidos. Não o encontrando, voltaram para Jerusalém em busca dele.

Três dias depois, encontraram-no no templo, sentado no meio dos doutores, escutando-os e fazendo-lhes perguntas; todos os que o ouviam ficavam assombrados com seu talento e as respostas que dava.

Ao vê-lo, seus pais ficaram surpresos, e lhe disse sua mãe:

— «Filho, por que nos trataste assim? “Olhe que seu pai e eu te buscávamos angustiados».

Ele lhes respondeu:

— «Por que me buscavam? Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?»

Mas eles não compreenderam o que queria dizer.

Ele desceu com eles para Nazaré e seguiu sob sua autoridade. Sua mãe conservava tudo isto em seu coração.

E Jesus ia crescendo em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens.

 

II. COMENTÁRIOS

A primeira leitura foi tirada de um livro sapiencial. A passagem escolhida para este Domingo fala das atitudes que os filhos têm que observar para com seus pais. É dever do filho honrar seu pai e sua mãe. O filho que assim faz experimentará o favor divino, receberá grandes recompensas.

Na segunda leitura São Paulo exorta os cristãos de Colossos a revestir-se de sincera misericórdia, quer dizer, ter a mesma misericórdia e caridade que vem de Deus. A este empenho antecede um dom: terem sido eles mesmos amados e escolhidos por Deus e terem sido santificados por Ele. Uma vez concedido o dom e a graça, Deus espera de parte do crente uma resposta generosa e uma esforçada cooperação, para que o dom e a graça recebidos se expressem em uma vida nova assim como em novas relações interpessoais, que têm que estar regidas pela bondade, a humildade, a doçura, a compreensão, a paciência e o mútuo perdão.

Deste esforço por revestir-se de sincera misericórdia derivam também o respeito e a obediência das esposas a seus maridos, assim como o amor dos maridos por suas mulheres, expresso em um tratamento digno, amável e respeitoso. E quanto aos filhos, devem expressar sua obediência a seus pais, que por sua vez não têm que exasperar seus filhos.

Em um lar onde Cristo habita, onde o amor é vínculo de perfeição e causa de unidade, a submissão ou a obediência não são causa de complexos, não há dominadores nem dominados, não há maus tratos, não há abusos e imposição de uns sobre outros. Há, em troca, unidade de mente, de coração e de ação no amor de Cristo. Onde a caridade tem a primazia, a relação que prima entre os membros da família — começando pelos esposos de quem os filhos têm que aprender — é de respeito e mútuo serviço. Cada qual procurará em primeiro lugar o bem do outro antes do próprio bem, vencendo deste modo todo egoísmo e individualismo corrosivo. No esforço pessoal por revestir-se interiormente da caridade de Cristo vai construindo-se a verdadeira e profunda comunhão entre os esposos e os filhos, comunhão que traz paz e alegria à casa.

Esta união no amor era vivida exemplarmente na família de Nazaré. Mas no Evangelho deste Domingo, no qual aparecem em cena os três membros desta família, chama a atenção o que talvez poderíamos julgar como um ato de desconsideração de Jesus frente a seus pais, quando durante a peregrinação anual ao Templo, por ocasião da celebração da páscoa judia, Ele decide ficar em Jerusalém sem avisá-los. Sem perceber sua ausência, Maria e José empreendem o retorno a Nazaré na caravana em que foram acompanhados de seus parentes e amigos, confiando que Jesus estaria entre eles. Certamente não esperavam que fizesse algo semelhante sem lhes consultar ou lhes avisar. Quando a caravana já se distanciara bastante percebem a sua ausência. Onde está Jesus?

Imediatamente José e Maria se lançam à busca, retornam pressurosos a Jerusalém e o encontram finalmente depois de três dias, tranquilo e sereno no Templo, participando das discussões dos doutores da lei, arrancando louvores dos mesmos por sua precoce sabedoria. A Mãe então expressa uma justa e compreensível queixa:

– «Filho, por que agiste assim conosco?»

O menino Jesus responde algo que nesse momento lhes é difícil compreender:

– «Por que me buscavam? Não sabiam que eu devia estar na casa de meu Pai?»

É como se lhes dissesse: “Ao notar minha ausência, o primeiro lugar em que tinham que me buscar era no Templo. Além disso, não tinham por que passar angústias, sabendo que eu estaria aqui.”

Cabe destacar que se o menino Jesus abandonou momentaneamente sua família humana, inclusive fazendo-os passar um mau momento por não lhes comunicar nada, foi em virtude da única razão capaz de induzi-lo a tal abandono: o amor supremo a seu Pai e a profunda necessidade de responder à sua própria vocação e missão no mundo. Para o Senhor Jesus, o amor a Deus e a obediência a seus desígnios está em primeiro lugar, é de um grau superior à devida submissão a sua mãe e a seu pai adotivo. O Senhor não estabelece uma oposição, mas uma prioridade e supremacia. O primeiro mandamento é amar a Deus sobre tudo, de modo que o amor a Deus está por cima de todo outro amor humano, também o amor devido aos pais humanos.

III. LUZES PARA A VIDA CRISTÃ

A Igreja está segura de que as famílias cristãs, ao contemplar e descobrir na Sagrada Família as características do autêntico amor, tal como deve ser vivido entre os esposos e seus filhos, serão elas mesmas firmemente alentadas e retamente orientadas a seguir esse específico caminho de santidade e de plena realização humana.

Quais são algumas dessas orientações que a paradigmática família de Nazaré oferece às famílias cristãs?

«Vós sois amados por Deus, sois os seus santos eleitos. Por isso, revesti-vos de sincera misericórdia». A voz do Apóstolo recorda principalmente aos pais, embora também a qualquer outro membro da família cristã, que acima de tudo devem ter sempre uma clara consciência de sua identidade e “estado de escolha”: os esposos são escolhidos de Deus, amados por ele, santificados pelo Senhor Jesus. Respondendo à sua altíssima dignidade e à gratuidade de sua escolha, dom do amor de Deus, sua primeira e principal tarefa é a de trabalhar esforçadamente para serem Santos (ver Lumen gentium, 40), procurando viver em amorosa obediência a Deus e a seus planos de amor. Os esposos são escolhidos por Deus (ver Ef 1, 5-6) para uma missão de paternidade ou maternidade, missão que só poderão realizar se trabalharem por fazer de seu matrimônio um âmbito de comunhão que se nutre do amor que vem de Deus.

Com efeito, a família cristã se constrói e edifica sobre o amor dos esposos. Amor que acima de tudo é um dom de Deus derramado em seus corações (ver Rom 5, 5) e que têm que viver entre si “como Cristo nos ensinou” (ver Jo 15, 12). Amor pelo qual «se entregam e se recebem reciprocamente na unidade de “uma só carne”» (S.S. João Paulo II, Carta às famílias, 11). Este amor, «que faz com que o homem se realize mediante a entrega sincera de si mesmo», significa «dar e receber o que não se pode comprar nem vender, mas só dar de presente livre e reciprocamente». E esse amor, que realiza a entrega da pessoa «exige, por sua natureza, que seja duradoura e irrevogável» (lug. cit.).

A fidelidade dos pais à sua identidade e vocação fundamental como filhos de Deus lhes permitirá, como discípulos de Cristo, revestir-se de «misericórdia, bondade, humildade, mansidão e paciência» (Col 3, 12), fazendo do amor e da caridade o vínculo de comunhão desta pequena igreja doméstica. Por isso, quando «a essência e o encargo da família são definidos em última instância pelo amor» (S.S. João Paulo II, Familiaris consortio, 17), o lar cumpre sua função de ser a primeira escola de vida cristã. «Escola do mais rico humanismo» (Gaudium et spes, 52) aonde os filhos aprendem a viver o amor na entrega de si mesmos e na respeitosa acolhida do outro.

Como colaboradores de Deus em sua obra criadora (ver S.S. João Paulo II, Evangelium vitae, 43), os pais têm que recordar sempre com alegria e gratidão sua específica vocação de servir à vida que brota do dom de Deus, vida que é o fruto precioso de sua união no amor. Neste sentido, ser pai ou mãe implica ser portador de uma belíssima missão da qual o Senhor os fez partícipes: vivendo um amor amadurecido deverão estar abertos à bênção da vida, têm que cuidar e proteger seus filhos porque são um dom de Deus e têm que educá-los, com a palavra e o exemplo, «na autêntica liberdade, (aquela) que se realiza na entrega sincera de si». Deste modo cumprem fielmente sua missão, quando procuram cultivar em seus filhos «o respeito ao outro, o sentido da justiça, a acolhida cordial, o diálogo, o serviço generoso, a solidariedade e outros valores que ajudam a viver a vida como um dom» (S.S. João Paulo II, Evangelium vitae, 92).

Recordem vivamente que pelo exercício constante de sua fé os esposos cristãos estão chamados a colaborar primeira e principalmente com a graça do Senhor na tarefa de trazer para seus lares a presença do Emmanuel: como Maria, acolhendo, concebendo e dando à luz a Palavra, e como José, protegendo diligentemente o Menino da perseguição que sofre no mundo pelos modernos “Herodes”. Neste sentido, toda família cristã «recebe a missão de custodiar, revelar e comunicar o amor, como reflexo vivo e participação real do amor de Deus pela humanidade e do amor de Cristo Senhor pela Igreja sua esposa» (Familiaris consortio 17). Seguindo os passos de Maria e José, os lares cristãos estão chamados a converter «sua vocação ao amor doméstico — com a oblação sobre-humana de si, de seu coração e de toda capacidade —, no amor posto a serviço do Messias, que cresce em sua casa» (S.S. Paulo VI). Desse modo, ao esforçarem-se os pais em ser para seus filhos um vivo exemplo e testemunho de amor e caridade cristã, os filhos estarão em condições de viver, por sua vez, em amorosa e respeitosa atitude para com seus pais e com todos os seus semelhantes.

Por último, os pais cristãos têm como dever mais sagrado fomentar em seus filhos a obediência da fé prestada a Deus (ver Catecismo da Igreja Católica, 142-144), pela qual são guiados e orientados no caminho de sua própria realização, segundo a própria vocação e missão com que Deus os abençoa. São justamente os pais que têm de educar seus filhos que «em primeiro lugar é necessário fazer a vontade de Deus», e que «o vínculo espiritual vale mais que o vínculo de sangue» (S.S. Bento XVI). Assim o Evangelho «revela a mais autêntica e profunda vocação da família: a de acompanhar cada um de seus membros no caminho do descobrimento de Deus e do desígnio que Ele dispôs para cada um» (S.S. Bento XVI).

IV. PADRES DA IGREJA

São Basílio: «Obedecendo desde tenra idade a seus pais, submeteu-se Jesus humilde e respeitosamente a todo trabalho corporal, porque, embora fossem honestos e justos, contudo, como pobres e sofrendo escassez até no necessário, é claro que procuravam o necessário para a vida com o contínuo suor de seus corpos. Pois bem, Jesus, que obedecia a seus pais — como diz a Sagrada Escritura —, participava de seus trabalhos com inteira submissão».

São Beda: «A ida do Senhor com seus pais a Jerusalém todos os anos pela Páscoa é um sinal de humana humildade. Porque é dever do homem oferecer sacrifícios ao Senhor e fazer-se propício a Ele por meio de orações. Fez, pois, o Senhor entre os homens, tendo nascido homem, o mesmo que Deus tinha mandado aos homens por meio de seus anjos. Por isso diz: “Conforme acontecia naquela solenidade”. Sigamos, pois, o caminho de sua vida humana, se nos deleitar a idéia de ver a glória de sua divindade».

V. CATECISMO DA IGREJA

A família cristã, “igreja doméstica”

1655: Cristo quis nascer e crescer no seio da Sagrada Família de José e de Maria. A Igreja não é outra coisa senão a «família de Deus». Desde suas origens, o núcleo da Igreja era frequentemente constituído pelos que, «com toda sua casa», tinham passado a ser crentes. Quando se convertiam desejavam também que se salvasse «toda sua casa». Estas famílias convertidas eram ilhotas de vida cristã em um mundo não crente.

1656: Em nossos dias, em um mundo frequentemente estranho e até hostil à fé, as famílias crentes têm uma importância primitiva como faróis de uma fé viva e irradiadora. Por isso o Concílio Vaticano II chama a família, com uma antiga expressão, «Ecclesia doméstica» (LG 11). No seio da família, «os pais têm que ser para seus filhos os primeiros anunciadores da fé com sua palavra e com seu exemplo, e têm que fomentar a vocação pessoal de cada um e, com especial cuidado, a vocação à vida consagrada» (LG 11).

1657: Aqui é onde se exercita de maneira privilegiada o sacerdócio batismal do pai de família, da mãe, dos filhos, de todos os membros da família, «na recepção dos sacramentos, na oração e na ação de graças, com o testemunho de uma vida Santa. Com a renúncia e o amor que se traduz em obras» (LG 10). O lar é assim a primeira escola da vida cristã e «escola do mais rico humanismo» (GS 52,1). Aqui se aprende a paciência e a alegria do trabalho, o amor fraterno, o perdão generoso, inclusive reiterado, e sobre tudo o culto divino por meio da oração e da oferenda de sua vida.

1658: É preciso recordar deste modo um grande número de pessoas que permanecem solteiras por causa das concretas condições em que devem viver, Frequentemente sem tê-lo querido elas mesmas. Estas pessoas se encontram particularmente próximas ao coração do Jesus; e, por isso, merecem afeto e solicitude diligentes da Igreja, particularmente de seus pastores. Muitas delas vivem sem família humana, com frequência por causa de condições de pobreza. Há quem viva sua situação segundo o espírito das bem-aventuranças servindo a Deus e ao próximo de maneira exemplar. A todas elas é preciso abrir-lhes as portas dos lares, «Igrejas domésticas» e as portas da grande família que é a Igreja. «Ninguém se sinta sem família neste mundo: a Igreja é casa e família de todos, especialmente para os que estão “fatigados e curvados” (Mt 11, 28)».

VI. OUTRAS REFLEXÕES DA ESPIRITUALIDADE SODÁLITE[1]

+  Uma palavra do Santo Padre:

«Como é importante para nossas famílias caminhar juntos para alcançar uma mesma meta. Sabemos que temos um itinerário comum a percorrer; um caminho onde nos encontramos com dificuldades, mas também com momentos de alegria e de consolo. Nesta peregrinação da vida compartilhamos também o tempo de oração.

O que pode ser mais belo para um pai e uma mãe do que abençoar seus filhos no começo e no fim do dia? Fazer em sua fronte o sinal da cruz como no dia do Batismo. Não é esta a oração mais simples dos pais para com seus filhos? Abençoá-los, quer dizer, confiá-los ao Senhor, como fizeram Elcana e Ana, José e Maria, para que Ele seja seu amparo e seu apoio nos vários momentos do dia.

Como é importante para a família encontrar-se também para um breve momento de oração antes de comer juntos, para agradecer ao Senhor por estes dons, e para aprender a compartilhar o que recebemos com os mais necessitados. São pequenos gestos que, entretanto, expressam o grande papel formativo que a família desempenha na peregrinação de cada dia.

Ao final daquela peregrinação, Jesus voltou para Nazaré e vivia submisso a seus pais (cf. Lc 2,51). Esta imagem tem também um bom ensinamento para nossas famílias. Com efeito, a peregrinação não termina quando se chegou à meta do santuário, mas quando se retorna a casa e se retoma a vida de cada dia, pondo em prática os frutos espirituais da experiência vivida.

Sabemos o que fez Jesus daquela vez. Em vez de voltar para casa com os seus, ficou no Templo de Jerusalém, causando uma grande aflição a Maria e José, que não O encontravam. Por sua «aventura», provavelmente também Jesus teve que pedir desculpas a seus pais. (O Evangelho não diz, mas acredito que o podemos supor).

A pergunta de Maria, além disso, manifesta uma certa recriminação, mostrando claramente a preocupação e a angústia, dela e de José. Ao retornar à casa, Jesus se uniu estreitamente a eles, para demonstrar todo o seu afeto e obediência. Estes momentos, que com o Senhor se transformam em oportunidade de crescimento, em ocasião para pedir perdão e recebê-lo e de demonstrar amor e obediência, também fazem parte da peregrinação da família.

Que, neste Ano da Misericórdia, toda família cristã seja um lugar privilegiado para esta peregrinação em que se experimenta a alegria do perdão. O perdão é a essência do amor, que sabe compreender o engano e remediá-lo. Pobres de nós se Deus não nos perdoasse. É no seio da família onde as pessoas são educadas para o perdão, porque se tem a certeza de ser compreendidos e apoiados não obstante os enganos que se possam cometer.

Não percamos a confiança na família. É bom abrir sempre o coração uns aos outros, sem ocultar nada. Onde há amor, ali há também compreensão e perdão.

Encomendo a vocês, queridas famílias, esta cotidiana peregrinação doméstica, esta missão tão importante, da qual o mundo e a Igreja têm mais necessidade do que nunca».

Papa Francisco. Homilia na Festa da Sagrada Família. Domingo 27 de dezembro de 2015.

Vivamos nosso Domingo ao longo da semana. 

 

  1. Conheçamos a apaixonante história do profeta Samuel lendo 1Sam 1-15. 25, 1.  

 

  1. Que resoluções concretas devo realizar para que minha família possa ser um verdadeiro cenáculo de amor?

[1] Vide estudo completo em http://razonesparacreer.com/category/meditaciones/

 

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